29/11/11

Célula solar com 36.9% de eficiência real!

Célula solar de silício atinge 36.9% de eficiência real
Célula solar de silício atinge 36.9% de eficiência real
Este tipo de célula solar vem sendo usado em satélites artificiais e sondas espaciais, graças à sua alta eficiência. [Imagem: Sharp]

Recorde real

A empresa japonesa Sharp apresentou uma nova célula solar com uma eficiência recorde de 36,9% na conversão da luz do Sol em eletricidade.

Enquanto a maioria dos inúmeros recordes de células solares seja computado com o uso de concentradores solares - lentes que aumentam a intensidade da luz que chega à célula - o novo recorde foi estabelecido sem o uso de lentes, ou seja, na marca básica, conhecida como "1 Sol".

A marca histórica, que se aproxima muito do que se alega ser o limite teórico das células solares de silício, foi obtida com uma célula solar de tripla junção.

Isto significa que a célula solar tem três camadas sobrepostas, formadas por compostos fotoabsorventes de dois ou mais compostos, como índio e gálio.

Este tipo de célula solar vem sendo usado em satélites artificiais e sondas espaciais, graças à sua alta eficiência.

Célula solar de silício atinge 36.9% de eficiência real
A célula solar tem três camadas sobrepostas, formadas por compostos fotoabsorventes de dois ou mais compostos, como índio e gálio. [Imagem: Sharp]

Célula de silício flexível

Os engenheiros da Sharp usaram uma tripla camada de InGaAs (arseneto de índio e gálio) e desenvolveram técnicas para reduzir a resistência à condução elétrica entre as camadas, o que explica o aumento na eficiência.

A empresa afirma que está se aproximando da possibilidade de aplicar finíssimas camadas fotovoltaicas, à base dos semicondutores tradicionais, sobre substratos flexíveis.

Isto permitirá que as células solares de silício igualem a grande vantagem das células solares orgânicas, que é justamente sua flexibilidade - restará então a questão do custo.

25/11/11

Cerâmica armazena luz para criar iluminação secreta

















Zhengwei Pan e Feng Liu em uma sala escura, iluminada apenas pela sua cerâmica armazenadora de luz, e fotografados por uma câmera infravermelha.[Imagem: Zhengwei Pan/UGA]

Luz invisível

Cientistas criaram um novo material capaz de criar áreas inteiras de "iluminação secreta".

O material emite luz na faixa do infravermelho próximo, a faixa do espectro eletromagnético que é vista através dos óculos de visão noturna.

A grande novidade é que o material não consome energia: basta expô-lo à luz do Sol por um minuto para que ele emita a luz infravermelha continuamente, por até 360 horas.

Depois de algumas horas de Sol, o ambiente fica "iluminado" sem que os "visitantes indesejados" percebam - já os vigilantes estarão vendo tudo se estiverem usando os óculos adequados.

Labirinto químico

Materiais que emitem luz visível depois de serem expostos ao Sol já são bastante comuns, usados, por exemplo, em sinalizadores noturnos, nas estradas ou em placas de emergência.

Mas até agora os cientistas não tinham tido sucesso em fazer o mesmo com a luz infravermelha.

O que mais impressiona é o rendimento do novo material: 360 horas de luz infravermelha por apenas 1 minuto de luz, seja do Sol, seja de uma lâmpada fluorescente - ainda que haja uma diminuição sensível do brilho ao longo do tempo.

O segredo está em um "labirinto químico" que aprisiona os fótons, e somente os libera lentamente.

Armazenamento de luz

O ponto de partida são íons de cromo trivalente, um material sabidamente emissor de luz no infravermelho próximo.

Quando exposto à luz, seus elétrons no estado fundamental rapidamente passam a um estado de mais alta energia. Conforme retornam, a energia capturada inicialmente é liberada na forma de fótons infravermelhos.

Essa re-emissão dura muito pouco, na faixa dos milissegundos.

A inovação de Zhengwei Pan e seus colegas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, consistiu em criar uma cerâmica de zinco e galogermanato para acomodar os íons de cromo trivalente.

A estrutura química dessa cerâmica cria um labirinto de "armadilhas" que capturam a energia liberada pelo cromo e a retém por longos períodos, liberando pouco a pouco, em um período que vai de uma a duas semanas.

Cancro e células solares

O novo material terá utilidades mais nobres do que a vigilância: por exemplo na fabricação de células solares e no combate ao cancro.

Como a chave para o funcionamento da estrutura é de natureza química, e não física, ela pode ser fabricada na forma de nanopartículas que se liguem a células cancerigenas, que poderão ser identificadas por exames de imageamento comum.

Além disso, "este material tem uma capacidade extraordinária para capturar e armazenar energia, o que significa que ele é um bom candidato para fazer células solares significativamente mais eficientes," disse o Dr. Pan.