03/11/09

Copenhague


Começou nesta segunda-feira, 02, em Barcelona, a última rodada de negociações do novo acordo climático, cuja a aprovação é esperada para ocorrer em dezembro, durante a reunião das Nações Unidas em Copenhague.

O encontro abriga grandes expectativas pois daqui podem sair as diretrizes para o estabelecimento de metas ambiciosas para a redução de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, há tensões no ar, uma vez que se as conversas não terminarem bem até sexta-feira diminuem muito as chance de que Copenhague seja um sucesso.


“As conversas em Barcelona precisam progredir e colocar fundações sólidas para o sucesso em Copenhague. Nós temos apenas cinco dias para conseguir isso, cinco dias para detalhar as propostas e finalizar os textos. Mas estou convencido que isso pode ser feito”, afirmou o secretário da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, na primeira coletiva de imprensa do encontro.

Activista do Greenpeace subiram na famosa igreja de Barcelona para pregar um banner pedidndo "Salvação ao clima"

As opções que estão na mesa são metas que variam entre 25% e 40% de reduções de gases de efeito estufa até 2020 sobre os níveis de 1990 . A União Européia, que já assumiu por conta própria um compromisso de 20%, se compromete a elevar sua proposta para 30%, se outros países desenvolvidos embarcarem. O Japão já dá sinais que pode fazê-lo, mas a grande dúvida continua sendo os Estados Unidos. A gestão Obama espera ainda uma decisão do Senado americano sobre a lei do clima para apresentar propostas formais nas negociações da ONU. Até o momento, o presidente dos EUA apenas fala em metas ambiciosas para 2050, muito além do que parece razoável a estudiosos do aquecimento global.

Brasil na berlinda.


O outro nó que deve exigir esforço dos negociadores em Barcelona é o tamanho (além da natureza) do compromisso que economias emergentes, como Brasil e China, terão no novo acordo climático. O governo brasileiro tem sido visto com um facilitador importante nas discussões. Os sinais dados por Lula de que o país aceitará uma meta de redução de gases de efeito estufa foram bem recebidos por delegações dos EUA e UE.

No entanto, em coletiva convocada nesta segunda, diversas ONGs brasileiras, apontaram contradições no comportamento da gestão Lula. A palavra usada por alguns ativistas é de que há “esquizofrenia” no comportamento brasileiro, pois de um lado fala-se em reduzir o desmatamento na Amazônia em 80% até 2020, mas por outro há apoio a projetos de lei no Congresso Nacional que podem simplesmente picotar o Código Florestal. “Lula tem que evitar um desastre interno“, pontuou Paulo Adário, do Greenpeace.

Nesta terça-feira, o presidente se reunirá com seus ministros de Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia para definir a meta brasileira em Copenhague. De acordo com informações obtidas pelo jornal Folha de São Paulo, o governo deve aprovar uma redução de 26% sobre as emissões de 2005 ao invés dos 40% originalmente propostos pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. “Dependendo de sua decisão, Lula tem a chance de se tornar um herói ou um vilão em Copenhague”, disse Gaines Campbell, da não governamental Vitae Civillis.

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