08/02/10

Carros eléctricos podem
aumentar emissões de CO2
se dispensarem energia "verde"


A circulação de carros eléctricos pode provocar um aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2), a menos que estes veículos sejam abastecidos com energia “verde”, refere um relatório hoje divulgado pela Quercus.

As conclusões do estudo, apresentadas em Bruxelas, levaram as organizações ambientalistas que o divulgaram a “apelar ao estabelecimento de metas de energias renováveis na produção de electricidade que assegurem que os veículos eléctricos terão mesmo emissões zero”.

O relatório, da autoria da consultora holandesa CE Delft, é publicado na véspera da reunião informal dos ministros da Indústria da União Europeia que se preparam para anunciar um Plano de Acção Europeu para os Veículos Eléctricos.

O estudo indica que a legislação europeia que regula as emissões dos carros apresenta “graves lacunas”, ao autorizar os construtores automóveis a “compensar” a venda de veículos eléctricos com a venda de veículos mais poluentes, que escapam aos limites de emissão definidos na legislação.

O vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira, salienta que “Portugal tem feito um esforço significativo na produção de electricidade de origem renovável, mas não tem sido transparente na comunicação pública do seu peso relativo, exagerando nas contas”.

“Cerca de 36,5 milhões de euros de apoio previsto no Orçamento do Estado a cinco mil veículos eléctricos, a que se deve acrescentar a receita perdida em Imposto sobre Veículos e Imposto Único de Circulação, parece-nos demasiado”, defende Francisco Ferreira, especificando que “são 5000 euros de incentivo, mais 1500 euros se for entregue um veículo para abate e ainda 803 euros” referentes à aquisição de equipamentos de energias renováveis.

O texto divulgado pela associação portuguesa realça ainda que, “por cada carro eléctrico vendido, os construtores automóveis beneficiam de 3,5 ´super créditos´, ou seja, a permissão de venda de 3,5 carros altamente poluentes, sem que as emissões desses veículos sejam contabilizadas no cálculo das emissões médias desse construtor (usadas para efeito de cumprimento dos limites de emissão)”.

O resultado desta regra é que a venda de dez por cento de veículos eléctricos pode levar a um aumento de 20 por cento no consumo de combustível e emissões de carbono no sector automóvel, explica.

Por isso, as organizações ambientalistas esperam que na legislação sobre limites de emissões nos veículos novos sejam eliminadas as referências aos “super créditos” e que todos os veículos eléctricos vendidos no mercado europeu tenham uma “tecnologia de abastecimento inteligente que permita que a energia usada para carregar as baterias seja sobretudo proveniente de fontes renováveis”.

O relatório agora apresentado foi preparado para as associações ambientalistas “Amigos da Terra - Europa”, “Greenpeace” e T & E, Federação Europeia dos Transportes e Ambiente, da qual a Quercus faz parte.

Emitidos 15 mil certificados

energéticos por mês

Todos os meses são emitidos 15 mil certificados energéticos e, em Portugal, já existem cerca de 200 mil construções com certificado obrigatório para qualquer imóvel vendido.

No entanto, o número de edifícios classificados como sustentáveis ainda não ultrapassa uma vintena, segundo a Lusa. A certificação energética refere-se apenas à utilização racional de energia, enquanto que a classificação de sustentável requer eficiência não só da utilização da energia, mas também de todos os recursos, ao longo de todo o ciclo de vida do edificado.

O responsável pelo LiderA, sistema de apoio e avaliação da construção sustentável, Manuel Pinheiro, adiantou à Lusa que já existem 12 imóveis certificados e mais seis em fase final de processo de certificação. São mais de mil fogos, que integram uma cooperativa de habitação a custos controlados e moradias, a que se juntam edifícios de serviços e empreendimentos turísticos, como hotéis. Em análise estão cerca de 40 projectos.

Portugal já surge "na linha da frente" para a certificação energética e como "um exemplo a seguir pelos outros Estados-membros", referiu Paulo Santos, da Direcção de Auditoria Edifícios da Agência para a Energia.

03/02/10

EDP Renováveis aumenta

produção de electricidade

em 40%

A EDP Renováveis informa em comunicado que também registou uma recuperação nos activos europeus no último trimestre do ano passado, "beneficiando de um forte recurso eólico".

No total, a subsidiária da EDP adicionou 1,2GW à sua capacidade instalada, o que corresponde a um aumento de 23% face a 2008. Na Europa foram instalados 461MW e nos Estados Unidos 700MW.

A EDP Renováveis apresenta os resultados de 2009 no próximo dia 25 de Fevereiro, antes da abertura dos mercados.

Portugal é 9º mundial

no ranking da

energia eólica


Portugal ocupa o sexto lugar na Europa e o nono a nível mundial de potência instalada de energia eólica, com 3.535 megawatts (MW), segundo a Associação Europeia da Energia Eólica.

A Alemanha e a Espanha lideram a potência instalada europeia, com 25.104 e 19.149 MW, sendo o total da União Europeia de 74,767 MW, ainda segundo as estatísticas da Associação Europeia da Energia Eólica (EWEA, na sigla inglesa), relativas a 2009.

A nível mundial, os 3.535 MW de potência cumulativa portuguesa representam 2,2 por cento do total, numa tabela liderada pelos Estados Unidos (35.159 MW, 22,3%), seguidos pela China (25.777 MW, 16,3%).

Em décimo lugar, depois de Portugal, está a Dinamarca, com uma potência cumulativa de 3,465 MW (2,2 por cento).

Note-se que os dez maiores têm 86,5 por cento da potência cumulativa: 136.508 MW.

Em relação à evolução de 2008 para 2009, Portugal aumentou em 673 MW (1,8%) a sua potência, estando no último lugar na tabela dos 10 que mais investiram na produção de energia eólica.

A China foi o país que maior número de novos equipamentos de produção instalou o ano passado, tendo aumentado em 13 mil MW (34,7%) a sua potência em relação a 2008.

"Este ano, a China deve ultrapassar a Alemanha em termos de potência instalada, depois de ter deixado a Espanha para trás em 2009", disse uma responsável da EWEA em Bruxelas.

Segundo o Portal das Energias Renováveis, a energia eólica representa 13 por cento do total do consumo energético português e as previsões apontam para que a potência instalada cresça 65 por cento nos próximos quatro anos.