19/04/10

Energias renováveis permitirão redução de 90% das emissões de CO2 em 40 anos

O sector das energias renováveis poderá empregar mais de seis milhões pessoas na União Europeia (UE) em 2050 e permitir uma redução das emissões de dióxido de carbono em cerca de 90%. As conclusões são de Rethinking 2050: A 100% Renewable Energy for the European Union (Repensar 2050: Uma Energia 100% Renovável para a UE), um estudo do Conselho Europeu de Energias Renováveis que na semana passada foi apresentado pela eurodeputada Maria da Graça Carvalho, em Bruxelas.

No que respeita ao ambiente, o estudo demonstra que a redução de CO2 poderá ser de 30% em 2020, de 50% em 2030 e 90% em 2050. Isto por comparação aos níveis registados em 1990.

Quanto ao emprego, o documento prevê que as energias renováveis empreguem 2,7 milhões de pessoas em 2020, 4,4 milhões em 2030 e 6,1 milhões, em 2050. Em 2009, trabalhavam neste sector apenas 550 mil pessoas na UE.

Pedro Pinto e Sérgio Monteiro pensam que este é, de facto, um negócio com futuro e, por isso, montaram já em conjunto uma empresa que presta serviços de energia: produção solar térmica, fotovoltaica, biomassa, eólica, estudos de eficiência energética e redução do consumo de água. "O nosso alvo é o público em geral, desde o residencial ao empresarial", explicou ao DN Pedro, um dos 12 alunos do mestrado em Gestão de Energia do Instituto Superior de Gestão que na semana passada participaram numa conferência sobre energia na capital belga.

Mas, para que os clientes apareçam mais, é preciso criar maior consciencialização da necessidade de ter nas instituições um profissional que faça uma gestão eficiente da energia, lembrou, ao DN, o professor Luís Alves, do Instituto Superior Técnico, que é um dos coordenadores deste mestrado. "Não há consciência da importância da energia eficiente por parte do sector produtivo. A indústria da panificação, por exemplo, o que faz é incluir no custo final do produto os gastos com a energia e acha que não é necessário gerir eficientemente a energia. Mas é preciso que as pessoas vejam que todos os recursos são esgotáveis."

A redução do uso de energias fósseis, diz o estudo daquele think tank europeu, vai permitir à UE poupar 158 mil milhões de euros em 2020, 325 mil milhões de euros em 2030 e 1,9 biliões em 2050. Mas para ter os benefícios seria preciso fazer primeiro os investimentos, o que parece menos fácil em tempos de crise e de sérias dificuldades na negociação de um acordo mundial sobre a redução de emissões de CO2, que substitua o Protocolo de Quioto no dia 1 de Janeiro de 2013.



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