19/10/10

Próximos dez anos podem ser a última hipótese para reduzirmos a perda da biodiversidade




Os 200 países reunidos vão ter mais uma oportunidade de assumirem objectivos para reduzir a perda de biodiversidade até 2020. Restaurar e proteger os ecossistemas das florestas, dos rios, dos recifes de corais e os oceanos são algumas das metas enumeradas no plano estratégico produzido previamente.

A convenção está ensombrada pelo falhanço que foi a tentativa de reduzir esta perda de biodiversidade durante a primeira década deste século. “Este encontro faz parte do esforço mundial para falarmos de um facto simples – estamos a destruir a vida na Terra”, disse durante a sessão de abertura Achim Steiner, responsável pelo Programa Ambiental das Nações Unidas.

No plano estratégico, a missão é até 2020 “reduzir as pressões na biodiversidade, evitar pontos de não retorno, usar os recursos biológicos de uma forma sustentável, restaurar os ecossistemas e os serviços que oferecem, partilhar os benefícios da biodiversidade de uma forma equitativa”. Segundo um estudo apoiado pelas Nações Unidas, só em 2008 os danos ambientais causados pela actividade humana causaram prejuízos de 4,75 biliões de euros, onze por cento do PIB mundial.

“Estamos agora a chegar a um ponto de não retorno – ou seja, estamos a chegar a um patamar para além do qual a perda da biodiversidade se torna irreversível, e podemos atravessar esse patamar nos próximos dez anos se não fizermos esforços pró-activos para conservar a biodiversidade”, defendeu ministro do Ambiente japonês.

Uma das questões mais delicadas é a ajuda aos países em desenvolvimento, como o Brasil, a Indonésia ou os países da África Central, que são donos de uma percentagem importante da biodiversidade mundial, e que alegam necessitar de mais fundos para a conservação desta riqueza. Hoje, o dinheiro para ajudar os países mais pobres a proteger é de 2,15 mil milhões de euros, mas estes governos querem que a ajuda cresça em cem vezes.

“Especialmente para os países com economias em transição, temos que assegurar onde é que os recursos [financeiros] estão”, disse à Reuters o engenheiro Bonaventure Baya, director-geral do Conselho Nacional de Gestão do Ambiente da Tanzânia. “Não nos ajuda se chegarmos a um número de objectivos estratégicos e sem haver a capacidade ou recursos para implementá-los.”

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