26/10/10

Renováveis decisivas para o sucesso ou insucesso da economia.

O primeiro-ministro considerou hoje em Salamonde, Vieira do Minho, que as energias renováveis constituem crescentemente "uma área decisiva para marcar o sucesso ou insucesso" da economia.

"Neste domínio das energias renováveis queremos estar na linha da frente", afirmou, sustentando que se trata de uma área que vai mudar o mundo e onde se vão dar muitas mudanças.

O governante falava durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra de reforço de potência da barragem de Salmonde, um investimento de 200 milhões de euros da EDP.

No ato participaram o secretário de Estado da Inovação, Carlos Zorrinho, o presidente do Conselho Geral da EDP, António Almeida, o Governador Civil de Braga, Fernando Moniz e o presidente da Câmara local, Jorge Dantas.

Para José Sócrates, Portugal ou quer estar na linha da frente ou ficará para trás: "é aqui que se vai jogar grande parte do nosso futuro, do novo modelo económico e começam já a aparecer os primeiros sinais das primeiras grandes mudanças a nível global".

"O mundo já escolheu uma economia com menos carbono e vai fazer um acordo pós Quioto cada vez mais exigente com as emissões de carbono", acentuou, dizendo que Portugal tem de apostar em todos os domínios das energias renováveis.

Disse que nesta área se vai concentrar muita da inteligência da investigação da inovação e do investimento pelo que Portugal, ou estará à frente, ou terá de importar as tecnologias, como sucedeu no passado

"É este o país que ambiciono que não se resigna neste domínio e que quer estar na linha da frente", insistiu, apontando como exemplo o carro elétrico, que tem possibilidades de chegar, a curto prazo, a dez por cento do mercado automóvel em Portugal.

Sócrates frisou que para além do combate ao aquecimento "as energias renováveis são também decisivas para minorar o défice comercial português, para reduzir o endividamento e a dependência do petróleo".

"O nosso défice comercial depende da questão energética", lembrou, assinalando que em 2010 as energias renováveis permitiram poupar 700 milhões de euros de importações de petróleo.

Acrescentou que, "mais de 50 por cento do endividamento português anual se deve à importação de petróleo", para garantir que o investimento no sector "começa a dar resultados poupando dinheiro ao país".

CURIOSIDADES: Lesma-do-mar é movida a energia solar

Fingem ser como as plantas, caso raro entre os animais. Podem ser tão boas ou até melhores do que as algas a usar a luz do Sol na obtenção do seu alimento - como agora descobriu uma equipa de biólogos portugueses.

Até há pouco tempo, não se sabia como as fábricas de energia das plantas se mantinham em funcionamento dentro das lesmas. "Estes animais conseguem não só pôr os cloroplastos dentro das suas células - o que já é impressionante -, como pô-los a funcionar", sublinha Bruno Jesus.
Como é isto possível?
Nas plantas, os cloroplastos estão sob o comando de genes que se encontram no núcleo das células vegetais. Mas, uma vez ingeridos pelas lesmas, como é que são postos a trabalhar?

O mistério foi esclarecido de vez em 2008, por uma equipa norte-americana, que encontrou genes do núcleo celular de uma alga... dentro do núcleo das células de uma lesma-do-mar. Afinal, ao longo da evolução, alguns genes do núcleo celular das algas tinham sido transferidos para o das lesmas. Este tipo de transferência de genes já era conhecido entre bactérias - "mas não entre um animal e uma planta", sublinha Gonçalo Calado. "Isto foi uma grande inovação."

É por esta razão que as lesmas-do-mar são únicas entre os animais, e não por fazerem fotossíntese. Embora seja raro, conhecem-se outros animais fotossintéticos, como certos corais, que vivem associados a uma microalga (também de uma só célula). A diferença é que esses corais introduzem no seu interior a alga inteira, e não apenas as suas fábricas de energia. "O que é único neste grupo de lesmas-do-mar é que apenas incorporam os cloroplastos nas suas células. E, para funcionarem, têm de ter informação vinda do núcleo do animal, pois deixaram de ter o núcleo da alga", frisa Gonçalo Calado. "Isso é que é único."

Compreender como um sistema celular vegetal consegue funcionar dentro de um animal é um dos motivos por que os cientistas se sentem tão fascinados pelas lesmas-do-mar. "Já quebraram muitas das barreiras cognitivas que tínhamos na cabeça", diz Gonçalo Calado.

22/10/10

Novo regime jurídico da microprodução já foi promulgado, mas ainda não foi publicado, deixando pequenas empresas em dificuldades.

"As empresas estão com a corda ao pescoço". Quem o garante é a presidente da Apisolar - Associação Portuguesa da Indústria Solar, Maria João Rodrigues, que disse ao Negócios que nesta entidade "chovem reclamações" pela demora que o Governo está a levar em publicar o novo regime jurídico da microprodução. Uma peça legislativa essencial para que o comércio e a instalação de painéis solares voltem a ter actividade.

Em Fevereiro deste ano foi anunciada a mudança do sistema "Renováveis na Hora", que enfrentava críticas sobretudo por a inscrição de novos produtores de electricidade estar sistematicamente "entupida". O Governo avançou então para uma discussão com o sector privado sobre as futuras regras para a microprodução. O acordo chegou em Junho e, em Julho, o novo enquadramento foi aprovado em Conselho de Ministros. Sucede que só em Setembro foi enviado para Belém para ser promulgado pelo Presidente da República. Essa promulgação, segundo a Apisolar, já foi feita, a 1 de Outubro, mas já passaram mais de dez dias úteis (que é o prazo previsto) e o diploma ainda não foi publicado.

21/10/10

A ESPANHA APOSTA NAS TORRES SOLARES

Numa terra desértica e rochosa, 1255 espelhos reenviam os raios de sol para o topo de uma torre de 160 metros. O calor libertado permite transformar a água em vapor, o que por sua vez faz rodar umas turbinas que produzem electricidade.

A PS 20, central solar termodinâmica de Sanlucar la Mayor, na Andaluzia, tem uma capacidade de 20 mega watts (MW). O suficiente para alimentar em electricidade o equivalente a 10.000 lares, evitando ao mesmo tempo a emissão de 12.000 toneladas de CO2 por ano. Inaugurada em Setembro de 2009, é a maior torre solar do mundo. A PS 10, construída alguns anos antes, tem uma capacidade de 10 MW.

A Espanha tornou-se a montra mundial desta tecnologia um pouco particular em matéria de energias renováveis. A central solar termodinâmica de concentração. Contrariamente ao foto voltaico, que utiliza os raios do sol para produzir electricidade, o solar térmico recupera o calor do sol, para aquecer água por exemplo. O solar termodinâmico vai mais longe : transforma este calor em energia mecânica, ou em electricidade.

Os Estados Unidos foram os primeiros a utilizar esta tecnologia, no inicio dos anos noventa. A Espanha, rica em sol, interessou-se pela tecnologia alguns anos mais tarde. A PS 20, segunda central deste tipo, será seguida de mais oito, que irão ser construídas até 2013. O conjunto representará, a prazo, uma potência de 300 MW.

19/10/10

Próximos dez anos podem ser a última hipótese para reduzirmos a perda da biodiversidade




Os 200 países reunidos vão ter mais uma oportunidade de assumirem objectivos para reduzir a perda de biodiversidade até 2020. Restaurar e proteger os ecossistemas das florestas, dos rios, dos recifes de corais e os oceanos são algumas das metas enumeradas no plano estratégico produzido previamente.

A convenção está ensombrada pelo falhanço que foi a tentativa de reduzir esta perda de biodiversidade durante a primeira década deste século. “Este encontro faz parte do esforço mundial para falarmos de um facto simples – estamos a destruir a vida na Terra”, disse durante a sessão de abertura Achim Steiner, responsável pelo Programa Ambiental das Nações Unidas.

No plano estratégico, a missão é até 2020 “reduzir as pressões na biodiversidade, evitar pontos de não retorno, usar os recursos biológicos de uma forma sustentável, restaurar os ecossistemas e os serviços que oferecem, partilhar os benefícios da biodiversidade de uma forma equitativa”. Segundo um estudo apoiado pelas Nações Unidas, só em 2008 os danos ambientais causados pela actividade humana causaram prejuízos de 4,75 biliões de euros, onze por cento do PIB mundial.

“Estamos agora a chegar a um ponto de não retorno – ou seja, estamos a chegar a um patamar para além do qual a perda da biodiversidade se torna irreversível, e podemos atravessar esse patamar nos próximos dez anos se não fizermos esforços pró-activos para conservar a biodiversidade”, defendeu ministro do Ambiente japonês.

Uma das questões mais delicadas é a ajuda aos países em desenvolvimento, como o Brasil, a Indonésia ou os países da África Central, que são donos de uma percentagem importante da biodiversidade mundial, e que alegam necessitar de mais fundos para a conservação desta riqueza. Hoje, o dinheiro para ajudar os países mais pobres a proteger é de 2,15 mil milhões de euros, mas estes governos querem que a ajuda cresça em cem vezes.

“Especialmente para os países com economias em transição, temos que assegurar onde é que os recursos [financeiros] estão”, disse à Reuters o engenheiro Bonaventure Baya, director-geral do Conselho Nacional de Gestão do Ambiente da Tanzânia. “Não nos ajuda se chegarmos a um número de objectivos estratégicos e sem haver a capacidade ou recursos para implementá-los.”

13/10/10

Energia do vento poderá fornecer um quinto da electricidade mundial em 2030


O vento poderá fornecer 22 por cento da electricidade consumida no mundo em 2030, revela um estudo do Global Wind Energy Council e da organização ecologista internacional Greenpeace, divulgado hoje em Pequim.

Já em 2020, o vento poderá responder a 12 por cento das necessidades, avança o Global Wind Energy Outlook 2010 (GWEO 2010), que apresenta três cenários.

No melhor cenário possível, a capacidade total das eólicas instalada em 2020 será de 2600 terawats/hora (TWh), ou seja, entre 11,5 e 12,3 por cento da procura mundial de electricidade. Em 2030, esta forma de energia poderá produzir 5400 TWh, ou seja, entre 18,8 e 21,8 por cento da procura mundial.

Um outro cenário mais conservador, baseado nas projecções da Agência Internacional de Energia da ONU, refere que 4,8 por cento da electricidade mundial seja produzida através do vento em 2020, correspondendo ao triplo da produção actual.

O cenário médio prevê que a energia eólica forneça 9,5 por cento de electricidade até ao fim da próxima década.

O mercado mundial para a energia eólica teve um crescimento de 41,7 por cento em 2009 e um aumento médio de 28,6 por cento ao ano nos últimos 13 anos, salientou Steve Sawyer, secretário-geral do Global Wind Energy Council. Sawyer acredita no primeiro cenário porque, “há mais de dez anos que aquilo que a indústria eólica conseguiu tem ultrapassado sempre as nossas previsões optimistas”.

De acordo com o primeiro cenário, seria evitada a emissão de cerca de 1,6 mil milhões de toneladas de CO2 por ano, em 2020. Em 2030, seriam 3,3 mil milhões de toneladas.

“A energia eólica pode dar um contributo massivo para a produção mundial de electricidade e para descarbonizar o sector energético. Mas precisamos do compromisso político para que isto aconteça”, advertiu Sawyer.

Tanto mais que, como salienta o relatório, a energia eólica também cria empregos. Actualmente gera 600 mil postos de trabalho directos e indirectos; em 2030, esse número deverá chegar aos três milhões. “Em 2010, os 600 mil trabalhadores da indústria eólica instalam uma nova turbina em cada 30 minutos, uma em cada três na China”, disse Sven Teske, especialista em Energia na Greenpeace Internacional. “O nosso objectivo é conseguir uma nova turbina em cada sete minutos”.

Actualmente, a China é o maior mercado de energia eólica do mundo e tem a maior indústria de produção de turbinas. Mas a energia do vento já está hoje em 75 países. “É interessante que grande parte do crescimento desta energia está a acontecer fora do mundo industrializado”, lembrou Klaus Rave, do Global Wind Energy Council. “Estimamos que em 2030 cerca de metade dos parques eólicos do mundo estejam instalados nos países em desenvolvimento e nas economias emergentes”, acrescentou.

Cidade ecológica em Portugal terá cérebro e sistema nervoso

Com informações da New Scientist - 13/10/2010

Cidade ecológica em Portugal terá cérebro e sistema nervoso

Todos os prédios da eco-cidade portuguesa serão pré-fabricados e hexagonais. É graças a isso que os criadores acreditam ser possível construir uma cidade inteira em apenas dois anos e a um custo relativamente baixo. [Imagem: PlanIT Valley]

Portugal deverá ter sua própria eco-cidade já em 2015.

E com um diferencial absolutamente futurístico: a cidade terá não apenas um cérebro eletrônico, mas também seu próprio sistema nervoso, capaz de "sentir" e controlar tudo, do uso da água ao consumo de energia.

Cidade ecológica

A cidade ecológica vai se chamar PlanIT Valley, e será construída nas cercanias de Paredes, no nordeste de Portugal. Ela deverá ser a primeira cidade ecológica a ficar pronta.

A eco-cidade de Masdar, que está sendo construída nos Emirados Árabes, já começou a receber seus primeiros habitantes, mas só deverá estar concluída por volta de 2020.

Já a versão de eco-cidade da China, Dongtan, próxima a Xangai, ainda não saiu do papel, e o projeto está enfrentando sérias dificuldades políticas e de orçamento.

Os portugueses pretendem que PlanIT Valley esteja totalmente pronta em 2015, graças a técnicas de construção pré-fabricada otimizada com uma tecnologia de projeto aeroespacial.

Metabolismo urbano

Como as outras eco-cidades, PlanIT Valley irá usar apenas energias renováveis, vai reciclar seu lixo, tratar seus esgotos e os telhados serão cobertos com plantas, que ajudarão a controlar a temperatura no interior dos edifícios e residências, absorver a água da chuva e assimilar poluentes.

Mas, a partir daí começam as diferenças. A cidade ecológica portuguesa terá uma rede de sensores, imitando um sistema nervoso, ligados a um computador central, que funcionará como um cérebro.

Segundo Steven Lewis, gerente do projeto, o sistema criará um "metabolismo urbano" inédito, permitindo o controle dos processos de reciclagem e tratamento de água e dejetos e de consumo energético.

Toda essa tecnologia já está disponível, mas é cara. Os criadores da eco-cidade contrabalançaram esse custo usando técnicas de construção mais baratas. "Como nós reduzimos o custo das construções, poderemos gastar um pouco mais em tecnologia," disse Lewis à revista New Scientist.

O projeto arquitetônico foi criado com os mesmos softwares utilizados no projeto de carros e aviões. Todos os prédios terão formato hexagonal, escolhido por permitir um

Cidade com cérebro

Todos os prédios serão pré-fabricados. É graças a isso que os criadores acreditam ser possível construir uma cidade inteira em apenas dois anos e a um custo relativamente baixo.

Sensores instalados em cada construção vão monitorar a ocupação - se tem alguém em casa -, a temperatura, umidade e consumo de energia. Essas informações vão alimentar um computador central - o cérebro eletrônico da cidade - juntamente com dados sobre a geração de energia de painéis solares e turbinas eólicas, o consumo de água e o lixo produzido.

O cérebro da cidade poderá então usar essas informações para controlar cada aspecto da vida urbana. Por exemplo, se os sensores mostrarem que o nível da caixa d'água de um edifício está baixo demais, ele poderá retirar água de outro prédio que esteja com um reservatório além de suas necessidades.

E serão muitos dados - algo como 5 petabytes por dia. Para lidar com eventuais problemas no cérebro central, cada casa será equipada com um poder computacional suficiente para fazê-la funcionar de forma autônoma.

O calor gerado pelo data-center da cidade será usado para aquecer outros prédios.

Reciclagem da água e do lixo

Haverá um cuidado especial com o reúso da água. Apenas 3% da água consumida em uma cidade é usada para consumo. Assim, por exemplo, a água usada nas cozinhas será filtrada e utilizada nos banheiros.

Uma série de lagos no parque central da cidade usará plantas para filtrar a água, tornando-a adequada para uso em banheiros e em irrigação.

O lixo orgânico produzido na cidade será usado para gerar eletricidade. Um biodigestor anaeróbico usará enzimas para estimular micróbios a digerirem o lixo, produzindo compostos químicos que poderão ser fermentados e destilados em biocombustíveis.

Esses biocombustíveis poderão alimentar os carros ou serem queimados para produzir eletricidade. O processo gera subprodutos, como aminoácidos e vitamina B12, que poderão ser vendidos para a indústria farmacêutica.

Os pais que morarem em PlanIt Valley também terão uma ajudinha extra para cuidar dos filhos. Um aplicativo, chamado "Ache meu Filho" permitirá que os pais localizem instantaneamente seus filhos, na rua ou dentro de um shopping center.

07/10/10

Novo Livro Energias Renovaveis




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